Ao completar um ano da desesperada tentativa de golpe idealizada pelo ex-presidente e sua quadrilha composta de patriotários, cujas investigações e elementos probantes não deixam margem de dúvida quanto à certeza da autoria, resta tão somente a condenação exemplar de todos os bandidos envolvidos - civis e militares -, como forma de resgatar a confiança do povo brasileiro na democracia e em suas instituições.
Até porque, convenhamos, é o cúmulo da desmoralização de um país, a iniciativa desprovida de respeito, vergonha, bom senso e caráter da Câmara de Vereadores de São Paulo, quando sua banda podre sugere a injustificada e absurda instalação de uma CPI contra o padre Júlio Lancellotti, figura reconhecida mundialmente pelo maravilhoso trabalho em defesa dos moradores de rua, com ênfase para a Cracolândia, que deve incomodar e atrapalhar os interesses inconfessáveis de certos edis envolvidos até o pescoço com a política predatória ultradireitista.
Sigamos o exemplo dos irmãos argentinos que lotaram as ruas e avenidas em protesto contra as medidas ditatoriais impostas pelo psicopata Milei - de mandato natimorto - imediatamente rechaçadas pelo poder judiciário. A resposta dos eleitores hermanos pelo erro estúpido cometido foi imediata, contrastando com a falta de iniciativa de nossa classe trabalhadora e demais entidades sociais e sindicais, sempre à espera da ajuda divina. Os países da América do Sul precisam se unir contra esses canalhas o quanto antes. Não dá mais para trafegar pela contramão; é imprescindível que se dê um poderoso freio de arrumação para colocarmos as coisas nos devidos lugares.
Bolsonaro condenado e preso logo após o 8 de janeiro seria um presente de ano novo para os brasileiros e a consagração da escola de samba que triturasse o miliciano escroque em seu samba enredo. Vamos acreditar que ainda é tempo.
Jorge Braga Barretto
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(*) Publicado no Jornal A Tarde, (Espaço do Leitor), edição de 10.01.2024.