A tentativa frustrada de golpe na Bolívia - como os demais praticados ao longo dos anos na América do Sul -, teve desta vez como testa de ferro o general Zúñiga, em cumprimento às determinações dos interesses econômicos dos Estados Unidos. O presidente boliviano Luis Arce, com o devido respaldo legal, foi célere e tratou de impedir a consumação do ato golpista, culminando com a prisão imediata do inimigo da democracia, sendo as imagens transmitidas em tempo real para todo o planeta.
Exemplos assim devem ser seguidos por todas as nações que defendem a democracia com destemor e coragem. Se logo após o 8 de janeiro tivéssemos adotado medidas semelhantes não necessitaríamos de tantas investigações para tirar de circulação a praga fardada que insiste em infelicitar o pacato cidadão brasileiro. Cadeia para eles também.
Como todo e qualquer golpe tem sua justificativa de natureza econômica, o atual utiliza como pano de fundo o acordo recente celebrado entre o país irmão com a China e a Rússia para exploração do lítio, largamente utilizado na medicina para tratamento de inúmeras doenças, como transtorno bipolar, depressão, entre outros males, além das diversas aplicações industriais, como baterias recarregáveis, dispositivos eletrônicos, inclusiva para carros elétricos, possuindo a Bolívia grandes reservas no setor. Mexeu com os cofres estadunidenses pode ter certeza de que o troco vem a seguir.
Uma coisa é certa: fiquemos de olhos bem abertos porque outros golpes estão a caminho. A ganância capitalista não tem limites.
Jorge Braga Barretto
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Publicado no Jornal A Tarde, (Espaço do Leitor), edição de 30.06.2024.