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Sem reformas, segurança parece ter atingido ponto de fadiga

Sem reformas, segurança parece ter atingido ponto de fadiga e não estamos aproveitando as reduções de vários índices criminais para modernizar a área.

Carlos Nascimento
Por: Carlos Nascimento Fonte: fontesegura.org.br
29/10/2019 às 13h11 Atualizada em 29/10/2019 às 13h17
Sem reformas, segurança parece ter atingido ponto de fadiga

O tema segurança pública teve uma cobertura significativamente menor nos últimos dias, com uma redução de 37% no número de reportagens sobre o assunto. Se olharmos a cobertura da imprensa na questão da violência contra a mulher, em que casos de violência são noticiados constantemente, preencheu o vácuo deixado pela falta de fatos institucionais de relevância nacional na área da segurança na semana.

Nas redes, os assuntos tendem a ser mais conjunturais e em muito conectados com a estratégia de polarização permanente que parece ser a tônica da gestão Bolsonaro e de seus apoiadores.

Se essas tendências se mantiverem, o tema da segurança pública parece ter atingido um ponto de fadiga sem, necessariamente, ter as macro causas da violência e da criminalidade enfrentadas. Afinal, vivemos em um paradoxo gerado pelo movimento de queda de vários índices criminais, iniciado em 2018, e que deve se manter ao menos até o começo de 2020 e, ao mesmo tempo, constatarmos que quase nenhuma ação concreta e/ou política pública nacional de segurança tenha sido objetivamente implementada no país.

Dados sobre execução orçamentária e movimentação política indicam uma profunda dissociação entre narrativa política e ações concretas. E, até mesmo, uma forte divisão de tarefas em curso no Ministério da Justiça e Segurança Pública, por exemplo. No caso, os dados das agendas do Ministro Moro e do Secretário Nacional de Segurança, General Guilherme Theophilo (esses últimos liberados pela primeira vez no ano), mostram que cabe a Moro uma agenda política e ao General Theophilo a responsabilidade da gestão da relação com as Unidades da Federação.

O Brasil pegou carona no vento de estibordo que soprou na América Latina e não sabe ao certo como convertê-lo em políticas públicas baseadas em evidências e com base científicas. Há o risco de tempestade institucional que não está sendo considerado pelos analistas. Já que segurança tem ficado refém de ideologias e traumas nos últimos 30 anos e não há ou houve um projeto de Estado de modernização da arquitetura institucional que a regula.

O quadro de insatisfação de várias carreiras policiais tem aumentado e já provoca, na Polícia Federal, situações de conflitos e constrangimentos ao Ministro Sergio Moro e sua equipe. Delegados e demais policiais federais têm reiteradamente marcado posições a favor de reformas e do fortalecimento institucional sem, contudo, serem ouvidos pelas autoridades.

E isso é um sinal de alerta duplo, pois as recentes manifestações no Chile e em outros países mostram o quão importantes são as polícias para a pacificação social e a mediação de conflitos. Ao contrário de discursos inócuos e descolados da realidade que visam demonstrar força e ameaçar intervenção das Forças Armadas para a manutenção da ordem pública, as experiências internacionais trazidas nesta edição mostram que é muito mais produtivo e eficiente aproximar as polícias da população e garantir o direito de manifestação e opinião. É preciso fomentar ambientes mais seguros e pacíficos, bem como estimular a cooperação e o intercâmbio de boas práticas.

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