Um dos mais conhecidos investigadores da Polícia Civil, o policial Paulo Portela, morreu na noite da última sexta-feira (2), em Salvador. Aos 68 anos, Portela era considerado um dos mais experientes policiais da Bahia.
Portela ficou cerca de dois meses internado no Hospital Santa Izabel, devido a complicações de problemas cardíacos. Há duas semanas, porém, teve uma melhora e chegou a sair da UTI. “Ele melhorou muito e foi para o quarto. Só que anteontem ele passou mal e foi transferido para a Fundação Baiana de Cardiologia. Ontem à noite, aconteceu isso”, contou o filho do investigador, Pablo Portela, na manhã deste sábado (3).
Segundo Pablo, seu pai teve um infarto há três anos, depois que chegou a ser afastado da Polícia Civil. Seria uma tentativa de aposentá-lo. “Readmitiram ele seis meses depois, porque a paixão dele era trabalhar”, diz.
No entanto, após esse baque, Pablo diz que a saúde do pai nunca mais foi a mesma. “Ele não queria sair e, devido a isso, infartou. A paixão dele era a polícia”, enfatiza. Antes de ser internado, Portela estava na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. Ele deixou cinco filhos e quatro netos.
“É uma perda para a polícia e, principalmente, para a família. Eu não estou bem psicologicamente, mas estou dando satisfação, porque era isso que ele gostaria, porque ele atendia a todo mundo”, acrescenta.
CARREIRA POLICIAL
Com uma carreira ilibada dentro da Polícia Civil da Bahia, o investigador Paulo Roberto da Cruz Portela, Portelinha como era conhecido no meio policial, viveu mais de 40 anos de sua vida dedicada a elucidar crimes dentre as diversas unidades por onde passou em Salvador, sempre assumindo chefias no Serviço de Investigação (SVI), exatamente por causa da sua competência.
Filho de Investigador da Polícia, Portela iniciou as atividades na Polícia Civil em 1978, como motorista, na extinta Delegacia de Jogos e Costumes no Terreiro de Jesus e da Misericórdia. Dois anos depois, passou a agente de polícia, na mesma lotação. Em seguida, passou pela unidade especializada COP e para a 1ª Delegacia Territorial (DT/Barris).
Já no início dos anos 1990, trabalhou na 6ª DT/Brotas e na Delegacia de Repressão a Furtos (DRFR). Em 1999, foi designado como chefe do Setor de Investigação (SI) da 7ª DT/Rio Vermelho, onde ficou até 2011, quando foi designado Coordenador do SI da 1ª DT/ Barris. Em 2018, retornou à 7ª DT. Três anos depois, voltou à 1ª DT, e, em abril de 2022, iniciou sua passagem na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV).
Portela foi responsável por elucidar, junto com seus colegas, o famoso caso do mafioso Tommaso Buscceta, um dos mais importantes membros da máfia siciliana Cosa Nostra. Em vida, o investigador foi homenageado por sua dedicação e honradez, recebendo a comenda Medalha Thomé de Souza, na Câmara de Vereadores de Salvador.
Portela faleceu na noite desta sexta-feira (02), aos 67 anos, após passar mais de um mês internado no Hospital Santa Izabel, com problemas renais. O investigador, que será sepultado enterrado neste sábado (03), no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador, deixa esposa, filhos e netos.
ENTREVISTA: O Investigador da Policia Civil da Bahia, Paulo Portela (Portelinha)