O vereador Isaías de Diogo do (PSC) pediu na Câmara Municipal a interdição do Complexo Policial Investigador Bandeira, no conjunto Jomafa. Segundo o vereador, no local há focos de dengue, além de animais peçonhentos como cobras, devido ao acúmulo de lixo. Ele denunciou a situação ao Ministério Público (MP) e convidou o órgão para uma sessão na Câmara na próxima semana.
“Já é caso de calamidade pública. Recentemente estivemos no Complexo Investigador Bandeira e observamos o absurdo que está acontecendo há vários anos naquele local, então solicitamos ao poder público, a interdição daquele equipamento e na última quarta estivemos no MP. Na semana que vem, dia 13 às 14h, o MP vai estar presente nessa Casa para que a gente traga uma solução para quem anda e mora naquela região. Precisamos dá um fim aquele cemitério de carros”, afirmou.
Segundo o vereador, o governo do estado está pedindo, através de e-mail, informações sobre o assunto e a Câmara Municipal já convidou representantes do estado para que eles estejam presentes também na sessão pública. Ele também pediu para que a população compareça.
Isaías de Diogo, que também é agente de endemias, afirmou que fez alguns vídeos no local mostrando várias larvas dentro das carrocerias dos carros abandonados.
“Ali é uma verdadeira sujeira. Faz mais ou menos 20 dias que um cavalo morreu naquele local. Ele foi picado por uma cobra no espaço do DPT (Departamento de Polícia Técnica) e veio a óbito, mas ninguém comentou sobre isso. Imagina os agentes de endemias que tem que fazer o trabalho focal e perifocal ali dentro e ter que enfrentar cobras, escorpiões e outros insetos?”, questionou.
Cansado de esperar pelo poder público, filho de policial homenageado inicia por conta própria reforma do equipamento
Inaugurado em 1984, o Complexo Policial Investigador Bandeira, localizado entre os conjuntos Jomafa e Luís Eduardo Magalhães, em Feira de Santana, tem sido alvo de reclamações de quem trabalha e frequenta o local, além de moradores. No complexo funcionam a 1ª Delegacia, a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), a Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), a 3ª Ciretran e o Departamento de Polícia Técnica (DPT).
O problema é a falta de manutenção no equipamento, que provoca sérios riscos à saúde das pessoas. Além dos prédios estarem precisando de reforma, o mato e a sujeira tem tomando conta de toda a área. Com centenas de veículos parados e com a água acumulada pela chuva, o risco de dengue é presente.
Inconformado com estado de abandono no equipamento que leva o nome do seu pai, o empresário Jaçon Bandeira, resolveu investir por conta própria, em melhorias no local. Ele relatou para nossa reportagem que foi convidado por um investigador para ver a situação do complexo e ficou sensibilizado com a situação de abandono.
"A gente teve a oportunidade de ver in loco como está a situação. Nós iniciamos uma limpeza na entrada do complexo, onde houve corte do mato e pintura geral, e também na parte da placa de inauguração, que foi na época do governador João Durval, que deu o nome do complexo ao meu pai, investigador Bandeira. Nós restauramos a placa e estamos entregando à população de Feira de Santana, a quem visita, o nome do complexo".
O empresário também ajudou na construção de uma pracinha localizada na entrada do complexo, quando o coordenador era o delegado João Jaques Valois, e teve seu nome estampado em uma placa comemorativa. Prometeu restaurar a pintura das grades da pracinha.
Jaçon contou que tinha 30 anos quando seu pai faleceu e agradeceu pelo legado que o profissional deixou. "Investigador atuante que toda a Bahia conheceu, honesto, competente e tem o nome da praça investigador bandeira, complexo, tem o nome de uma rua ao lado do Joia da Princesa".
Ele reclamou da situação em que se encontra o complexo e o risco de dengue para a comunidade. "O matagal está tomando conta de todas as dependências do complexo, são carros abandonados e hoje o que o estado mais preza é o combate, e onde mais tem a dengue é aqui. São águas paradas dentro de veículos e é um abandono total. A gente se sente realmente muito chateada em ver o complexo se encontrar desse jeito", disse.
A placa de inauguração do complexo policial estava caída em meio ao mato e foi restaurada pelo empresário. Ele também mandou consertar os bancos que ficam na recepção do Serviço de Atendimento ao Público (SAP). "O que eu puder fazer de limpeza e melhoria, vou fazer. Se for esperar pelos poderes públicos", finalizou.