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Cidade do Ceará é considerada a mais violenta do País; veja lista do Atlas da Violência

O levantamento mostrou que 18 das 20 mais violentas estão nas regiões Norte ou Nordeste; a Bahia aparece com cinco cidades no ranking.

Carlos Nascimento
Por: Carlos Nascimento Fonte: IPEA
09/08/2019 às 11h00 Atualizada em 09/08/2019 às 13h14
Cidade do Ceará é considerada a mais violenta do País; veja lista do Atlas da Violência
atlas_2019
 Acesse a íntegra do estudo aqui.
Com população de 224,8 mil pessoas e 328 assassinatos, a cidade de Maracanaú, na região metropolitana de Fortaleza, teve a maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes do País em 2017: 145,7. Os dados foram revelados pelo Atlas da Violência 2019, cuja seção “Retratos dos municípios brasileiros” foi divulgada nesta segunda-feira, 5, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, autores do estudo.
Os números foram obtidos a partir dos registros do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Além disso, os pesquisadores estimaram quantas mortes com causa desconhecida eram, na verdade, homicídios. Assim, a quantidade de crimes dessa natureza que aconteceram no País chegaria a quase 73 mil, 11% a mais dos que os 65 mil registrados originalmente e que já representava um recorde.
O levantamento mostrou que 18 das 20 mais violentas estão nas regiões Norte ou Nordeste; a Bahia aparece com cinco cidades no ranking, seguida pelo Pará, com quatro. A cidade de Altamira, onde na semana passada um massacre deixou 58 mortos em um presídio, foi considerada a segunda mais violenta naquele ano; em 2015, ela já havia figurado como a primeira mais violenta. O Estado esteve na cidade na semana passada e conversou com moradores sobre o cenário de violência.

Veja a lista das 20 cidades mais violentas:   

  UF CIDADE POP   Taxa p/100 mil hab
CE     Maracanaú 224.804 145,7
PA Altamira 111.435 133,7
RN São Gonçalo do Amarante 101.492 131,2
BA Simões Filho 136.050 119,9
RJ Queimados 145.386 115,6
RS Alvorada 208.177 112,6
BA Porto Seguro 149.324 101,6
PA Marituba 127.858 100,1
BA Lauro de Freitas 197.636 99
BA Camaçari 296.893 98,1
CE Caucaia 362.223 96,6
SE N. Senhora do Socorro 181.928 96,3
PE Cabo de Santo Agostinho 204.653 94
PA Marabá 271.594 89
PA Ananindeua 516.057 88,1
CE Fortaleza 2.2627.48 87,9
RN Mossoró 295.619 86,4
PE Vit. de Santo Agostinho 137.578 85,5
AC Rio Branco 383.443 85,3
BA Eunápolis 115.290  
O estudo levou em consideração os dados de 310 municípios onde a população é maior que 100 mil habitantes - a elaboração de taxas onde a população é muito pequena poderia levar a distorções. A menor taxa é a de Jaú (2,7), no interior de São Paulo.
O Atlas mostra que a alta nacional é puxada por um grupo de cidades. “Enquanto 59 municípios possuíam índices acima de sessenta mortes por 100 mil habitantes, em apenas oito deles as taxas superaram a marca de cem”, escreveram os pesquisadores.
A pesquisa voltou a constatar o que os especialistas já chamam atenção há alguns anos: a concentração das mortes em poucas cidades. Metade dos assassinatos se concentram em 2,1% dos municípios, 120 cidades. A análise mostra que estudos anteriores já verificaram que, aproximando a lupa ainda mais, é possível notar que metade dos homicídios nos municípios mais violentos acontecem em, no máximo, 10% dos bairros.
Veja lista das 20 cidades mais pacíficas:
Ranking
Cidade
População
Taxa homicídio
(p/cem mil hab)
Brusque
125.81
4,8
Atibaia
138.449
5,1
Jaraguá do Sul
167.3
5,4
Tatuí
117.823
5,9
Varginha
133.384
6,7
Jaú
144.828
6,9
Lavras
101.208
6,9
Botucatu
141.032
7,1
Indaiatuba
235.367
7,2
10º
Limeira
298.701
7,4
11º
Valinhos
122.163
7,4
12º
Catanduva
120.092
7,5
13º
Santana de Parnaíba
129.261
7,7
14º
Sertãozinho
121.412
8,2

O documento ressalta que, nas últimas duas décadas, os municípios menores tiveram crescimento acentuado das taxas de homicídio, “ao passo que os maiores lograram redução nos índices de homicídio, fazendo com que esses grupos ficassem mais parecidos”. “Enquanto houve crescimento de 113% na taxa dos municípios pequenos entre 1997 e 2017, os médios sofreram relativamente pouco aumento na taxa de letalidade, e os grandes lograram uma redução de 4,5%.”
Os pesquisadores mostram que o crescimento das mortes se insere em um contexto de acirramento da guerra contra o narcotráfico pelo domínio das rotas internacionais e pelo controle dos mercados varejistas. O Estado mostrou neste fim de semana que no Norte, onde se concentram os massacres em cadeias, ao menos 17 facções disputam os territórios pelos quais passam drogas. 
 
Indicadores socioeconômicos ajudam a entender cenário de violência
O Atlas compara indicadores socioeconômicos com a taxa de homicídios das cidades para mostrar que as localidades mais violentas com frequência também são as mais precárias em prestação de serviços públicos. “Nessas duas regiões (Norte e Nordeste), salta aos olhos os maiores índices de jovens entre 15 e 24 anos que não estudam, não trabalham e são vulneráveis à pobreza: esses são exatamente os indivíduos principais a serem focalizados em qualquer programa de enfrentamento à criminalidade.”
 
“As diferenças eram nítidas ainda em relação aos indicadores de condições habitacionais, sempre piores nos municípios mais violentos. Por fim, a média do percentual de jovens entre 15 e 24 anos que não estudavam, não trabalhavam e eram vulneráveis à pobreza era quatro vezes maior no conjunto dos mais violentos.”
O estudo aponta que, antes da violência e da morte prematura de jovens nos territórios mais violentos, já houve inúmeras “mortes simbólicas, uma vez que uma parcela da sociedade residente nesses locais não teve acesso a condições de desenvolvimento infantil, a oportunidades educacionais e ao mercado de trabalho na juventude, nem a bens culturais e materiais, parte do ideal de sucesso nas modernas economias de mercado”.
 
Contra o aumento da insegurança, o Atlas aponta que as ações “devem passar, necessariamente, pelo uso mais inteligente e qualificado do sistema coercitivo para retirar de circulação e levar ao sistema de justiça criminal homicidas contumazes, líderes de facções criminosas, milicianos e criminosos que representam maior risco à sociedade”. “Por fim, é urgente repensar a política criminal, bem como o saneamento do sistema de execução penal, sem isso o Estado não conseguirá ter o controle das prisões, fonte dinamizadora das facções.
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